terça-feira, 21 de agosto de 2012

O meu namorado

O meu namorado mudou-se para viver comigo no início de Julho. É da Irlanda do Norte e conhecemo-nos lá em Agosto do ano passado enquanto eu viajava. Embora uma relação à distância seja possível durante algum tempo, chega uma altura que é preciso fazer com que isso aconteça, pois quer-se estar junto.

Tendo em conta o panorama económico do nosso país, faria mais sentido racionalmente ser eu a sair e irmos algures para algum lado. No entanto eu não posso. E ele sabia. Não posso porque com uma mãe com Alzheimer e sendo eu filha única jamais me iria sentir bem como pessoa e viver descansada longe daqui. Levar os meus pais estaria fora de questão, o meu pai tem conhecimentos muito básicos de línguas e não fala há anos mas lembro-me que não tinha jeito nenhum para pronúncia. A minha mãe certamente se esqueceu do inglês que sabia bem, mas além disso não poderia tirar-lhe tudo o que conhece.

Após irmos falando sobre o assunto e certos de que ambos queríamos, o John deixou o trabalho e o seu potente carro com volante à direita para trás. Corajoso ele e eu felicíssima claro. Ele é uma pessoa sensacional. Além de demonstrar grande coragem e compromisso em nós, em como acredita em nós tem um lado muito humano e sensível que sempre me fascinou. É certo que não tem sido tudo rosas. Eu não sou perfeita e depois de fins de semana românticos todos os meses e férias fantásticas, é diferente viver o dia a dia, o trabalho, os problemas. E claro eu nem sempre estou bem. Também além das usuais diferenças homem/mulher, há diferenças pessoais e mais o bónus das culturais. Mas ambos acreditamos em nós e é por isso que ele se mudou e estamos juntos, é por isso que tentamos ultrapassar essas pequenas coisinhas. Porque sabemos que nós os dois juntos valemos a pena!

Comigo ele é fantástico e com os meus pais também. É atencioso, tem interesse em ajudar e ajuda-me a lidar com as situações. De iniciativa dele sugere os meus pais irem lá a casa jantar ou limparmos o terraço dele e fazer um barbecue e passarmos o dia com eles.

Com a minha mãe é muito atencioso. E consegue levá-la com uma pinta! Se formos nós recusa-se a tomar o comprimido, se for ele passa-lhe o copo e o comprimido e pimbas. No entanto claro que ele dar os comprimidos todos os dias é impossível, por isso a medicação continua sem ser tão regular...

Sou louca por ele, super optimista connosco :)