segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Drama do duche

Sábado, o meu pai falou em almoçarmos com eles e pensei logo que era boa hipótese de tentar que a minha mãe tome um duche, pois nem o meu pai se lembra da última vez que conseguiu que ela tomasse.

Eu e o John fomos e enquanto eles tratavam do almoço e grelhar o peixe lá peguei em roupa lavada e pus tudo a postos aquecedor incluído para a minha mãe tomar duche e fomos para o wc, sempre com a minha mãe a protestar. Uma fita de todo o tamanho. Que não queria e não precisava, que estava frio, que eu não tenho nada a ver com a intimidade dela, que vá dar banho aos meus filhos (a recusa em aceitar a inversão de papéis, aliás eu nem tenho filhos ainda), sempre comigo cheia de paciência a responder que tem de ser e a tentar tirar a roupa com ela sempre a dificultar. Embora não tenha filhos, calculo que seja o tipo de birras que algumas crianças anti banho façam, pois inclusive chegou a bater o pé e esbracejar, em ataques de fúria. Bem mas lá consegui, sempre com mil queixas do frio e da parte de lavar a cabeça e sentir água pela cabeça e cara (acho que vou passar a levá-la semanalmente à cabeleireira lavar a cabeça, para os banhos em casa serem mais fáceis pois é a parte que ela menos gosta). Lá se foi conformando e depois o meu pai cortou-lhe as unhas dos pés que obviamente estavam enormes. Assim que estava vestida, parecia outra comigo, toda contente comigo que eu sou uma rica filha e mil beijinhos e abraços e via-se que lhe sabia bem estar fresquinha. Felizmente esquece-se de como irritada estava comigo antes do banho, mas fica a satisfação de frescura do banho e satisfação comigo por me preocupar.

Para mim esta parte do banho é muito complicada pois é extremamente desgastante para mim, tem alturas que em desespero só me apetece chorar e penso que não vou conseguir convencê-la a tomar banho, mas é algo que tenho de fazer e tem mesmo de ser mais frequente pois o meu pai não tem conseguido convencer de todo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Fim de semana

Sábado
Falo com os meus pais e a minha mãe em dia não. Sempre a chatear que o meu pai que é sacana, que isto e aquilo e o meu pai passado pois claro. Acabo por a trazer para almoçar lá em casa e correu tudo muito bem ela estava com apetite e bem disposta, gostou muito dos individuais coloridos que o John trouxe duma viagem à Guatemala, mas claro passado um bocado quer ir para casa e que o meu pai está sozinho coitado, etc Levo-a a de volta a casa e já estava toda satisfeita com o meu pai. O meu pai diz-me que o meu padrinho passou por casa deles com a tal senhora que toma conta de pessoas que a minha madrinha tinha falado e que mora ali perto.

Domingo
O meu pai todo stressado dizendo que a minha mãe lhe dá cabo do juízo e pergunta se quero ir almoçar com eles que ia fazer peixe assado no forno e como o John foi passar o dia em Monchique downhill fui. A minha mãe começou logo a manhã implicante com o meu pai mas à hora de almoço estava melhor. No entanto e como sei bem que quando está assim há que levá-la a espairecer e passado um bocado o meu pai já é a melhor coisa do mundo, fomos ao Jumbo e ver sapatos. Comprei-lhe umas botas novas superconfortáveis. Levei-a de volta a casa e estava tudo bem. Depois fui ao café estar com a tal senhora. Conversámos bastante sobre a minha mãe a parece-me bem. Orientar a minha mãe a tomar banho, mudar de roupa com mais frequência, tomar a medicação (tudo coisas que aceita melhor serem outros do que eu ou o meu pai), dar um jeito à casa, levá-la a passear e com o bónus de morar pertinho dos meus pais. Não me falou em preços disse para eu fazer uma proposta.

Domingo 23h00
O meu pai liga desatinado que não dá conta da minha mãe, que esteve imenso tempo a chateá-lo e a repetir as mesmas coisas e a insultá-lo e que chegou ao ponto de lhe dar uma espécie de murros. Que ele se defendeu tentando segurar as mãos. Ouço a minha mãe a chorar muito e para mim foi uma dor muito grande posi sei que se sente confusa, triste, perdida embora todos nós tentemos protegê-la, mas quando está no mundo dela e com estes devaneios é complicado fazê-la entender. Mal consegui falar e tive de passar o telefone ao John, que a acalmou foi falando com ela enquanto eu chorava sem parar. Quando me consegui acalmar lá falei com ela e pedi para se acalmar, que era tarde e que precisava que ela se fosse deitar e dormir e amanhã falávamos melhor. Acalmou-.se um pouco, não sei antes dizer mais uns quantos insultos sobre o meu pai e que no dia seguinte ia à guarda. Não consigo apagar os fogos todos e sei que estavam em tempestade mas que rapidamente a coisa acalmava.

Segunda de manhã
Ligo ao meu pai e pergunto discretamente se estava tudo bem e responde que sim. Como se nada se tivesse passado na noite anterior! Bem pelo menos isso e é como que a minha mãe tivesse feito reset da noite anterior, menos mau. No entanto mais para me apaziguar a mim (pois obviamente na noite anterior tive de fazer um grande esforço para não ir a correr e tentar resolver as coisas) passei pelos meus pais antes de ir para o trabalho. A minha mãe estava mais ou menos bem disposta, só tinha as botas novas calçadas nos pés errados e fi-la calçar bem explicando que o fecho é para dentro.