sexta-feira, 29 de junho de 2012

A segunda ida a pé para minha casa sozinha

Ok voltou a acontecer. Chego a casa depois do trabalho com um cachorro e um gatinho no carro, que ia entregar a duas pessoas diferentes e vejo a minha mãe desnorteada na porta do prédio, mais uma vez caminhou sozinha até minha casa, sem mala nem telemóvel, só a trela da cadela.

Acalmá-la pois estava toda nervosa e a perguntar se tinha pistas do meu pai e que ele é assim e assado e explicar discretamente à Débora que vinha no carro atrás de mim e ia ficar com o gatinho o que se estava a passar. Pedir para ela e o filho pequeno ficarem com a minha mãe um bocadinho enquanto ia a casa buscar outra caixa de transporte para o gato. Chego e estava a minha mãe no meu carro com o miúdo ao colo a perguntar se ele não queria vir para casa dela e ele responde que sim e que gosta muito dela, conta-me depois a Débora. Entregar o gatinho, receber um abraço solidário dela e ligar ao meu pai a perguntar onde estava. Tinha ido a pé buscar o carro à oficina e avisou a minha mãe para esperar e não sair, mas ela vá que se pôs a caminho de minha casa. 15minutos a andar note-se. Repetir vezes sem conta mãe está tudo bem e acalmá-la.

Como tinha de levar o cachorro a meio caminho de Albufeira, levei-a comigo para se acalmar.

Quando voltámos, já estava mais calma e cheia de saudades do meu pai. Está um ioiô a minha mãe, tanto está contra ele e diz que é isto e aquilo como o Joãozinho é a melhor coisa que ela tem e abraça-se a ele.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A minha mãe e as crianças

Ora bem, se há algo que eu tenho reparado muito é que a minha mãe interage muito sempre que vê crianças. Ou tenta fazer uma festa na cabeça ou como quem vai fazer cócegas ou diz qualquer coisa como se estiverem a comer um gelado "não me dás um bocadinho". Há pais que se riem e não parecem incomodados, mas outros estranham. Por vezes até me sinto embaraçada.

Tanto que me tem ocorrido inscrever-me para fazermos algo juntas, voluntariado com crianças em instituição. Ganham os miúdos, ganho eu que gosto de ser voluntária e ganha a minha mãe que se sente útil e a ajudar e distraída e mais, se ajudarmos em trabalhos de casa (claro que mais eu a pensar) ou a fazer jogos também ela é estimulada e sem se aperceber tanto disso.

É que por vezes tento puxar por ela, como fazer jogo de palavras ou assim, mas ela quer logo desistir porque se sente frustrada de ter dificuldades e acima de tudo apercebe-se que estou a tentar puxar por ela e retrai-se.

Bem quanto ao voluntariado com os miúdos falta arranjar tempo e ir falar com os técnicos a ver o que acham.

E... eu sempre disse que queria ser mãe jovem por volta do 25 no máximo, mas já vou com 29 e ainda não se proporcionou e ainda bem, mas claro que não quero adiar muito. Não consigo deixar de pensar em como não vou poder contar com a minha mãe para me ajudar na educação e a tomar conta dos netos. Sim porque como filha única que sou jamais ficarei só com um, 2 pelo menos e a adopção também é algo que gostaria. Penso em como a maioria das pessoas da minha idade tem pais activos e mães capazes de tomar conta dos netos e eu não terei isso. Digo isto sem mágoa e sem culpar a minha mãe claro, pois não tem culpa nenhuma.