sábado, 21 de abril de 2012

A medicação

Bem a minha mãe sempre foi anti medicamentos. Quando estava doente, coisa rara felizmente, era daquelas pessoas que parava de tomar mal se sentisse melhor. Claro que a nível de antibióticos tentava andar sempre em cima pois não se deve parar sem tomar uma semana senão criamos resistência aos antibióticos e para a próxima não actuam.

A medicação de Alzheimer sempre tem sido uma luta. Não quer, recusa-se, por vezes diz que não está doente, que não gosta nada dessas coisas, amuando e fazendo birras por vezes. Para o meu pai é complicado, sempre que tenta que ela toma compra uma briga, comigo também resiste acha que sendo filha me intrometo em coisas dela. Convenhamos, não é fácil queremos cuidar dos nossos pais quando eles não querem. Se for uma criança, tem de fazer o que mandamos e acabou, mas os nossos pais é diferente, pois são nossos pais.

Tentei convencê-la a tomar dizendo que era importante e que é para ajudar a não se esquecer tanto, que ao tomar está a ajudar-se a ela e a nós que não gostamos de a ver assim e ficamos tristes. E consegui chegar até ela. Vira-se para mim chorosa, abraça-me e diz: "Elsa eu gosto muito de ti..." e pega o comprimido e o copo e engole.

Fiquei ko. Fico extremamente emocional com coisas destas. Lá consegui que tomasse, mas é um martírio pensar que para que consiga convencê-la temos de chegar a um ponto tão emotivo, que me deixa exausta de tão forte emocionalmente que é.

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